Arriscado, duro, intenso e sórdido, Sin City: A Cidade do Pecado (subtítulo este um tanto ou quanto escusado, assim como todos os subtítulos atríbuidos em tradução no geral) é a prova pura do talento inato que o grafismo embarcado nas cenas de qualquer história contada (neste caso uma BD) pode conquistar por todo um filme, fazendo este uma expansão que elimina por completo todos os limites dados à imaginação de um realizador.
Embora se possa perder numa ilustre visão sob a acção de uma personagem no que propriamente num enredo consistente, Sin City conta a história da difusão criminal de todos os tipos, desde a corrupção por parte das entidades policiais, prostituição e criminosos, integrando um epílogo (O Cliente tem sempre razão/The Customer is Always Right chamado assim na Banda Desenhada original de Frank Miller) onde somos presenciados com uma reflexão sobre o pecado e cidade que o figura, Sin City, onde entram os actores Marley Shelton e Josh Hartnett, que mais tarde, na cena final, aparecerá protagonizando outra cena concluindo o diálogo iniciado outrora no epílogo.
Narrado inicialmente por Marv (Mickey Rourke) contando a história da sua indutora vingança aquando do bruto assassinato de Goldie, o seu verdadeiro amor e perdição; cometido por Kevin (Elijah Wood) ordenado pelo Cardeal Patrick Henry Roark (Rutger Hauer). De seguida, é o feroz Dwight (Clive Owen) que dá voz à narração da história, quem tenta protejer Shellie (Brittany Murphy) e Gail (Rosario Dawson) de Jackie (Benicio Del Toro), iniciando uma assim uma batalha.
Na recta final é Hartigan (Bruce Willis) que acaba a história onde no ínicio do filme é representada, (logo a seguir ao Epílogo), que tenta protejer Nancy (Jessica Alba) da evidente corrupção que a polícia transparece e que pode ser crucial para a sobrevivência dos dois.
Usurpante, fétido, precaminoso, imenso e arrasador, Sin City é poético e concede ao público um tremendo extâse ao longo do desenrolar (pouco coerente diga-se) e um vasto leque de interpretações formidáveis, destacando Clive Owen (embora não seja de todo fã do seu trabalho admito a brilhante encarnação que efectua) e Rosario Dawson.

O MELHOR: O atear de Tarantino na realizão dá uma presunção e vivacidade às cenas irrefutável;

O PIOR: Um fragoar acentuado na cronologia.
E está longe de ter credibilidade. E é pena.

MORTE SÚBITA: Fazem (crítica e público) dele o que, muito infelizmente, não é.

7/10