Arte conceitual que eu pensei ser de A Nova Onda do Imperador, mas é do filme que não nasceu:
Kingdom of the Sun.
- Spoiler:
Não sabia que A Nova Onda do Imperador tinha tido tantos problemas pra ser feito. Abaixo está o seu problemático processo de criação.Houve muito descontentamento com o filme, enquanto ele estava sendo feito. A reação positiva da platéia que assistiu o filme antes de estar pronto elevou os ânimos, mas não de todos, pois ainda havia a idéia de que a Disney trocou o que poderia ser uma obra-prima (Kingdom of the Sun) por algo inferior.
A história de Kingdom of the Sun seria um tipo de O Príncipe e o Mendigo, de Mark Twain, situada na sociedade Inca. Mas o filme estava tendo muitos problemas em seus primeiros estágios, e eles chamaram Roger Allers, por causa do seu trabalho consertando O Rei Leão, para transformar o filme problemático num sucesso de bilheteria. Trabalhando em Kingdom of the Sun, ele tentou fazer algo novo com a história muito conhecida de Mark Twain.
Segue uma aproximação da história que Allers desenvolveu: Manco, um príncipe lindo mas altivo (voz de David Spade) se cansa de ser paparicado em sua vida no palácio. Um dia ele descobre alguém que tem a aparência igual a dele. É Pacha (voz de Owen Wilson), um gentil pastor de lhamas. Para conseguir experimentar a liberdade, o príncipe convence Pacha a trocar de lugar com ele por um dia, sem perceber que a troca é observada pela feiticeira má, Yzma (voz de Eartha Kitt).
Depois da troca, com a intenção de conseguir controle sobre o reino, ela transforma Manco em lhama e diz a Pacha que conhece o segredo deles. Ela ameaça expor Pacha, o que faria com que ele tivesse a cabeça cortada, caso ele não fizesse o que ela queria. O que Yzma quer é conseguir sua beleza de volta, pois uma dia ela foi linda, mas havia se tornado uma Cruella De Vil inca. Para realizar seu plano, precisa de Pacha (fingindo ser Manco), e como ela culpa o sol por tê-la envelhecido prematuramente, Yzma quer que o reino permaneça em eterna escuridão.
É lógico que Manco aprende humildade ao viver como lhama, Pacha se apaixona pela prometida do príncipe, a adorável mas forte Nina, e o três devem trabalhar juntos pra derrotar Yzma e chegar a um final feliz.
Os executivos não estavam satisfeitos com o roteiro, apesar de haver momentos interessantes, como quando Pacha laça o sol e o puxa em direção ao planeta para derrota a vilã. As músicas compostas por Sting eram ótimas. E eles tinham os animadores Andreas Deja e Nik Ranieri fazendo um trabalho maravilhoso com um talismã falante (voz de Harvey Fierstein), ajudante de Yzma.
Depois de três anos de desenvolvimento (e um ano e meio de produção), ficou óbvio que Allers não ia consertar Kingdom of the Sun, pois ele não via nada para ser consertado. Muitos animadores que trabalharam com ele em sua versão do filme, acreditavam que seria um sucesso, se os executivos, sem confiança na diretor, não tivessem interferido. O filme estava quase sendo abandonado.
Foi quando chamaram Mark Dindal pra ser co-diretor, já que outros sucessos da Disney haviam sido dirigidos por duplas de diretores. Mas as coisas não saíram tão bem. Aller continou com seu filme sério que pretendia ser memorável, enquanto Dindal estava fazendo um filme despretensioso e que tentava ser o mais divertido possível. As cenas feitas por Dindal agradaram, mas não combinavam com o estilo do que havia sido feito por Allers.
O problema com o trabalho de Allers, é que as tentativas anteriores da Disney de fazer filmes grandiosos e sérios (Pocahontas e O Corcunda de Notre Dame) não foram muito bem sucedidas. Eles concluíram que o público não queria histórias assim em filmes de animação. Versões inacabadas do trabalho de ambos os diretores foram mostradas ao público, que respondeu bem às cenas de Dindal, mas não as de Allers.
Ele ficou espantado e magoado quando descobriu que o estúdio não confiava em sua visão, afinal, Allers foi a pessoa que salvou O Rei Leão. Depois de $25 milhoes gastos e 18 meses de produção, ele não conseguiria entregar Kingdom of the Sun a tempo. Mas de acordo com os
contratos assinados com parceiros promocionais como McDonalds e Coca Cola, o filme deveria sair na data programada, o verão de 2000. allers ficou desapontado ao ver que o estúdio dava mais importância aos parceiros promocionais do que em ver entrege um filme de qualidade. Com isso, ele se retirou do projeto.
CEO da Companhia, Michael Eisner, ficou fusioso com a situação, e disse que "a Disney Feature Animation tinha duas semanas pra convencê-lo de que aquele aborto da animação podia ser salvo, ou então ele mesmo acabaria com o projeto".
Nos testes, o público reagiu positivamente a Manco, o príncipe egoísta, e ao fato dele se transformar numa lhama. Yzma também agradou, assim como o cenário da história (a América do Sul). O romance entre Pacha e Nina não despertou interesse. Além disso, ninguém parecia interessado em ver mais uma vez a história de O Príncipe e o Mendigo. Como resultado, foram abandonados o romance e a idéia de que Pacha e Manco são idênticos. O trabalho de Allers foi sendo descartado, até surgir no lugar o filme que nós conhecemos. Manco passou a ser chamado de Kuzco, e pra tornar Yzma mais comercial, seu ajudante original foi trocado pelo burro e musculoso Kronk.
Eles fizeram o possível em duas semanas, e ficaram preocupados se Eisner aceitaria um filme despretencioso e que só queria divertir. E realmente ele ficou com medo que o humor do novo filme fosse moderno demais, no estilo do fracassado Hércules. Dindal acreditava que a grande
quantidade de personagens em Hércules impediu que o público se conectasse com eles, pois cada um passa pouco tempo em cena, mas tendo menos personagens, A Nova Onda do Imperador não teria o mesmo problema. Einser não estava totalmente convencido, mas não ousou acabar com o projeto.
O filme seguiu em frente, e levaria no mínimo 6 meses, até janeiro de 1999, pra fazer storyboard para o novo roteiro. O lançamento ainda deveria ser no verão de 2000. Era um prazo apertado, e o filme não poderia ser adiado para o verão de 2001, pois a data estava marcada
para Atlantis, enquanto o período de Ação de Graças de 2001 era de Monsters, Inc. O máximo que Eisner achou que poderia fazer era adiar o lançamento para o natal de 2000. Pra isso, ele adiantou Dinossauro, com a intenção de preencher o buraco deixado pelo adiamento de A Nova Onda do Imperador.
http://www.laughingplace.com/News-ID115140.asp