[center]Ok, eu encontrei estas: (a primeira é um bocado triste mas nós podemos só aproveitar a parte que não é triste)
Lenda dos olhos de água
"Há muito, muito tempo viveu por estas paragens um rei mouro e a sua filha.
A princesa uma linda moça, de cabelos negros e olhos de azeitona, perdeu-se de encantos por um pobre jovem que de seu nada tinha.
Quando se apercebeu do que se estava a passar o rei, como era hábito no seu tempo, impediu que o enlace se consumasse.
E ordenou:
- Proíbo-te que vejas de novo o teu amado. Deverás casar com um príncipe muito rico que eu já te reservei. Iremos unir as nossas coroas e a força dos nossos exércitos. Isto te ordeno eu...
Desolada, a princesa nega o seu destino mas, perante as exigências do pai nada podia fazer. Certo dia, com a chegada daquele que seu pai havia escolhido para seu futuro marido e, aproveitando um descuido dos guardas, ela foge de casa. Abriga-se numas grutas que há junto à nascente do Alviela.
O rei, homem astuto, não mandou os guardas atrás da filha. Encomendou os serviços a uma bruxa. Esta depressa descobriu o paradeiro da princesa. Todos os dias, chegavam de todos os reinos em redor, novos príncipes desejosos de conquistar o coração da princesa.
Todos os dias a bruxa lhe apresentava um novo pretendente e, todos os dias a princesa recusava dizendo:
- Diz a meu pai que: O meu coração tem um dono, pobre que não tem tostão, e mais nenhum outro senhor conquistará este meu coração.Eu prefiro morrer de dor!
Muitos pretendentes depois, deixaram o rei muito zangado com tamanha afronta. Um dia irritado as palavras saíram duras:
- Pois então se não quer mais ninguém, digo-te já aqui, encanta um boi e transforma-o num belo rapaz. Que case com um boi! Filha ingrata!
A bruxa assim fez... Mas, nem aquele belo rapaz de falas doces a fez demover do amor que dedicava ao jovem pobre, que de seu nada tinha, e disse:
- Diz a meu pai que: O meu coração tem um dono, pobre que não tem tostão, e mais nenhum outro senhor conquistará este meu coração.Eu prefiro morrer de dor!
Logo de seguida o rei mandou novo recado à filha:
- Como não aceitas nenhum dos pretendente que para ti arranjei, não serás nunca rainha no meu condado. Viverás eternamente nessas grutas! Os bois e as vacas viverão em teu redor. As tuas lágrimas serão tantas e tão grossas que os teus olhos se tornarão enormes... As lágrimas que daí brotarem regarão as terras do Alviela e vão dar de beber a pessoas e a animais.
Olhem os olhos da moura e como deles brotam grossas lágrimas. As suas águas dão de beber às gentes do Alviela e às gentes de Lisboa!!!"
Lenda de quanto a comida quer o sal...
"Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais sua amiga.
A mais velha respondeu:
– Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.
Respondeu a do meio:
– Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
A mais moça respondeu:
– Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.
O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia: foi passando, até que foi chamada a cozinheira, e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.
Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas, e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda. Para as festas de noivado convidou-se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que não comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia?
Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:
– É porque a comida não tem sal.
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai."
Esta é muito estrnha---
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A Lenda do vai-te com o Diabo
"Era uma vez uma mulher de Guadalupe, na Graciosa, que ia casar uma filha em poucos dias. Estavam a fazer as cozeduras e, com todos os preparativos, a mulher já tinha gasto muito do pouco que tinha. É que para casar uma filha, são gastos e mais gastos!
Numa certa altura, a mulher já estava farta de puxar pela carteira e, aborrecida, virou-se para a filha e disse:
- Vai-te com o diabo, rapariga, que me levas tudo o que tenho!
Ninguém prestou atenção a estas palavras, mas passado pouco tempo , quando foram pela rapariga, não a encontraram em casa nem na vizinhança. Toda a gente ficou muito aflita, principalmente os pais e o noivo. Começaram então a procurar em lugares mais distantes, até que, sem saber mais onde procurar, foram para a serra e chegaram junto de um precipício a que chamam de Caldeirinha.
Desceram o mais depressa que puderam a vereda perigosa que conduz até à entrada de forma arredondada que conduz não se sabe onde? Ainda mais surpresas e aflitos ficaram, quando viram ali as galochas da rapariga e acreditaram que ela estava dentro da Caldeirinha. Foram buscar cordas muito fortes, ataram-nas umas às outras e o noivo amarrou-se. Cheio de medo por não saber o que ia encontrar lá dentro, foi descido pelo buraco escuro e medonho. No fundo encontrou a infeliz rapariga, tremendo de medo e aparvalhada. Amarrou-a também com as cordas e lá subiram os dois.
O pior estava passado! Mas quando questionaram a rapariga como tinha ido ali parar, ela não sabia ao certo.
Então a mãe lembrou-se da blasfémia que tinha dito, tendo-a entregue ao diabo. Ele, que anda sempre à procura de almas, levara-a logo para o lugar onde se costumava esconder, a Caldeirinha."
Encontrei muitas mais mas agora não me apetece escrever