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Assunto: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 5:32 am
Achei que seria boa ideia haver um tópico para quem quiser publicar textos que escreva esporadicamente.
Não será de estranhar que algumas pessoas sintam necessidade de escrever . Mas o problema é que acabam por guardar os textos numa pasta do computador sem nunca os partilharem.
Neste tópico podem publicar os textos que quiserem e os outros membros podem comentar e até elogiarem um talento que muitos podem ter escondido ^^
(se alguém não se sentir muito á vontade em partilhar um texto com a sua assinatura pode enviar-me e publico como anónimo)
CatyDepp
Tarzan
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 11:25 am
acho uma boa ideia! (: eu adoro escrever e, realmente, guardo tudo numa pasta de computador! só às vezes mostro à minha mãe, porque também ela gosta de escrever
vou ver então se posto qualquer coisa aqui (:
Akemi
O Livro da Selva
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 11:39 am
Também adoro escrever, mas ultimamente nunca mais me lembrei disso e os meus últimos textos a sério devem ser para aí do 6º ano, e já nem sei onde estão.
Mas estou curiosa para ver se temos talentos neste fórum! ;p
Pureblooded
Moderador
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 12:45 pm
É uma óptima ideia, realmente! ^^
Nós temos a mania de guardar tudo no PC só para nós... é uma boa oportunidade de mostrar a outros que dêem uma opinião acerca do nosso trabalho sem que nos sentemos envergonhados, ou assim... =]
Phebus
Batalha de Gigantes
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 2:51 pm
boa ideia
eu vou por aqui dois textos que ja escrevi o ano passado (o primeiro num teste de portugues =P)
1º
Se eu fosse de alguém… Deixaria de o ser. Porque não quero pertencer a ninguém! Não quero ser apenas mais uma pessoa Das que constituem uma comunidade Que vive na servidão dos seus costumes... Não sonha… Não pensa… Que se limita a ser ouvinte! Não! Não me transmitam as vossas tradições sem sentido Nem me arrastem para essa multidão de corpos sem vida Tem mais valor um único louco que sonhe… Que seja diferente! Do que um planeta a transbordar de gente Que se deixa arrastar facilmente Pelo doce e tentador sabor da corrente
2º Porque não há nada mais incerto do que a certeza Nem nada mais real do que sonho Afinal o que brilhará mais do que a própria noite? O que será mais consciente do que sonho? Tudo isto faz sentido para mim Embora seja totalmente desconexo para ti Porque que te atormento com as minhas incertezas? Para poder acabar com as tuas certezas que me aborrecem? Não sei nem nuca saberei… Porque se o soubesse Isso não me traria qualquer prazer Sendo o sentido da minha vida uma encruzilhada de questões… Dúvidas… E inquietações… Uma certeza apenas me traria mais frustração Pois atrás dela viriam atreladas Milhares de reticências e de pontos de interrogação…
O que acham? =P
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 3:07 pm
gostei do segundo (:
Phebus
Batalha de Gigantes
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Assunto: Re: Textos próprios Dom Jun 14, 2009 3:08 pm
Obrigado =)
méke
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 12:40 pm
ESPERA - 07/06/09 -
Não o sou, sou-o só e apenas. Público, que seja eu aos vossos olhos, de mim eu seja. De quem preciso eu quando falo de prevalecer. Não é este exterior, pois sei, ainda em consideração (oh que seja esta falsífica!) que só de mim preciso de, para eu ser, ser eu. Escrevo lágrimas, esboços sorrisos. Finalidade própria de espera quotidiana.
Eu espero, e espero, espero.
Espero-me em encruzilhadas que só eu, de mim espero ver-me esperar.
FIM, embora nunca o haja, ou espero eu que tal. __________________________________________________________
Podem lê-lo ao som disto:
Foi ao som disso que eu o escrevi portanto =)
Oh, depois meto mais. O meu moleskine é qualquer coisa para mim (:
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 12:50 pm
fazes-me tanto lembrar o fernando pessoa a escrever :3
méke
Entrelaçados
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 12:57 pm
Acho que é um elogio... Disseram-me isso algumas vezes que pedi um livro dos diálogos da anarquia (e os poemas mais conhecidos) dele, só que ainda não tive tempo para ler.
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 1:00 pm
é um elogio, GRANDE elogio. eu adoro-o *-*
Eleanora
Mulan
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 1:01 pm
Gostei muito Pedro adorei este verso: "Escrevo lágrimas, esboços sorrisos."
méke
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 1:12 pm
Muito obrigado menina
Phebus
Batalha de Gigantes
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 1:51 pm
Está muito bom =) Parabens
Esta música é uma das minhas preferidas da banda sonora do filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" *-*
méke
Entrelaçados
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 2:18 pm
É a minha favorita : ) mas as outras não ficam nada atrás.
Ouvir o seguinte ao som desta:
_________________________________________ Que Nunca, Infinito - 07/06/09. Que nunca seque a àgua em que mergulhamos Que nunca acabe o filme que partilhámos Que nunca se esgote a cafeína que já bebemos Que nunca se tornem obssessivas as paixões que sintonizamos Que nunca sooe a última badalada do relógio Que nunca se dê o término da linha de comboio em que viajámos Que nunca se liquefaça a inspiração mútua Que nunca alcancemos a última paisagem do cenário Que nunca se vista o preconceito Que nunca se dispa a sinceridade Que nunca se mastigue o arrependimento Que nunca se circule na mágua Que nunca nenhum de nós caía em esquecimento Que nunca se expire a poesia Que nunca se fume o último cigarro Que nunca se derrame a última lágrima Que nunca se esboce o último sorriso Que nunca se tire a última fotografia Que nunca chege o limite Que nunca se declare o fim. Pois se assim for, que se trave o Universo. Não o queremos sob nenhuma condição. Viveremos no INFINITO, e que nunca morrámos ao tentar lá chegar.
Vos dedico.
Eleanora
Mulan
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 2:37 pm
Acho que ainda gostei mais deste *.* tem frases muito bonitas!
méke
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Assunto: Re: Textos próprios Seg Jun 15, 2009 2:49 pm
Muito obrigado =) ______________________________________________ TANTO - 07.06.09
TANTO
não cabe em palavras que a tinta deixa escorrer
TANTO
ar de que se enchem os pulmões em busca de fibra que fizesse jus ao
TANTO
que carrego, quero solfejá-lo, quero ardê-lo, quero personificá-lo
TANTO
é o que oiço para vanguardar baladas soadas em memórias arrastadas
TANTO
é o
TANTO
que sou, tento ser, sinto, quero sentir. ______________________________________________
Este é sobre a minha frustração escrita, e pode ser lido ao som de:
________________________________________________
Não me deixaram, não me deixavam -
Deite-me sobre o tapete, onde lá ao fundo se avistava a incandescente lâmpada acesa em horas vagas, emitindo o seu opaco som, abafado pelo silêncio letal de uma casa vazia.
Ouvira o seu choro, em tal corredor de mau presságio, no quarto a meu lado, desciam sobre muralhas, as vertiginosas lágrimas de um fosso obstinado.
Não as compreendera, aceitáva-as pela pálpavel dor que aparentavam, emanavam a angústia que propalava em exaltados acentos, ainda que o seu âmago só se revestira no céu interno.
Escutava-as, nada fiz para as travar,
não me deixaram,
não me deixavam.
Este lê-se silenciosamente.
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Assunto: Re: Textos próprios Ter Jun 16, 2009 11:35 am
opá, es um poeta <3
ps. 07.06.09 > noite triunfal.
Convidad
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Assunto: Re: Textos próprios Ter Jun 16, 2009 6:37 pm
Wow. Temos artistas. Gostei imenso dos teus méke :3
Eu estive a ler uns meus. Não escrevo poesia. Não gosto muito (de escrever. ler gosto ^^). Eu costumo escrever algo tipo isto: ___
Ilusão
Talvez esteja na altura de desistir. Tudo aquilo que se passou, não passou de uma ilusão. Não consigo viver à base de um 'quase' recheado de segredos e de, não mentiras, mas omissões que doem tanto ou mais que isso. Criei demasiadas expectativas e como é costume, desiludi-me. Não correu como eu esperava. Devia ter esperado, ter ganho certezas e aí, sim, prosseguir, ou regredir para não me magoar a mim própria. Mas fui impulsiva. Confiei em ti. Confiei nas tuas palavras que na altura me pareceram sinceras.
Magoa-me. Pisa-me como se nada fosse e sorri. Sorri porque és feliz e porque afinal de contas, descobriste que amas alguém que te ama de volta. Alguém que não sou eu.
___
Enfim. Os meus desabafos :/ Típico da adolescência. Cheio de drama, eu sei. Mas pronto. Eu sou do tipo de pessoa que quando tem excesso de emoções descarrega no papel (na folha de word, neste caso) e por acaso gostei deste texto. Tem o seu significado ^^'
Convidad
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Assunto: Re: Textos próprios Qua Jun 17, 2009 4:25 am
eu gostei sofia, tá sincero e fofinho :3
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Assunto: Re: Textos próprios Qua Jun 17, 2009 8:13 am
Posso publicar um texto com conteudo explicito escrito aos 17? Gosto dele, escrevi ao ouvir uma música que me marcou nessa altura.
Isso aí, problemas de expressão.
Sopa de Letras
Quando aprendes palavras a mais as coisas podem complicar-se. Eu adoro palavras. E adoro saber um monte delas, para decorarem as minhas frases e fazê-las parecer mais bonitas e elaboradas. Mas quem sabe menos palavras tem menos escolhas. Diz e pronto. Ter muitas escolhas é bom. Ter muitas palavras é bom. Mas quando as escolhas nos complicam a vida, ter poucas palavras é bom. Brincar com as palavras é delicioso. Elas têm um poder gigantesco. Quem não tem o dom de brincar com as palavras perde muita coisa. Enrolar e enrolar, jogar ao Scrabble com a nossa vida. Expôr sentimentos indirectamente, camufla-los de diferentes maneiras. Saber tanto sobre as palavras que podemos fingir que não sabemos nada. Dizermos o que pensamos com tantas palavras que tanto o podemos ter dito como não. O excesso de palavras pode poupar-nos a muitas chatices. Mas também pode trazer-nos mais chatices do que nós, pessoas das palavras, imaginamos. Na dúvida, é manter o charme. Saber que sabemos, mas voltarmos à primária quando é preciso. Deixarmo-nos de sopas de letras e voltarmos ao B-A bá.
méke
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Assunto: Re: Textos próprios Qua Jun 17, 2009 8:43 am
Obrigado =) Gostei do da Sofia, e do teu mamute, está fantástico. Muito sincero, adorei como repetiste palavras : )
Eu não escrevo poesia, pode ser é considerado 'Texto poético', por causa da apresentação do conteúdo, o formato não.
Passado - (pelo título parece daqueles típicos da adolescência... secalhar até é)
Sou, e sempre fora, uma pessoa de registo abundante. Escrevi sobre pedras, o que florescia em momentos. Em recantos outros, parafraseando tantos que hoje nada me dizem, em meios linguísticos fragoados, porém os escrevi. Hoje os olho. Que me são? Nada como sentido congruente coevo, mas como onda que outrora se debateu sobre mim, marés que hoje rimam em prol de recordações. É essa significância de que me motivo. Não me esquartejo em embaraços, foram grandes, hoje também, de um foco distante, o são consequentemente. Não me envergonho, não porque todos os já passamos (ou iremos passar, mas não me parece que esse público se atente no que escrevo); mas sim porque, em mergulho centralizado dos meus módicos anos de vida, relembro que tais registos, me ofegaram.
Nada sei sobre o que amanhã penserei sobre o de hoje, mas tento agarrar minhas palavras, pois o poder destas, pode passar entre o simbólico futuro, e o rídiculo relembrar. Que nunca aconteça. Que mude, que me caía a folhagem e que venham novas. Mas que recorde, de que como tanto o foram hoje.
____________________________________________
Definição do Etér -
Vivemos num antro filosófico. Novas filosofias acrescem, antigas poderão ser esquecidas ou recordadas. Todos nós somos filósofos, e mediante a relevância das nossas filosofias, retiram-se resultados e estes são debatidos. Pacificamente ou conflituosamente, discutem-se. E isto é sociedade.
Oriundos de filosofias tão venenosas como ignorantes, abatem-se frenéticos submundos. Defendem normas que se opõem ao regime moral para sobrevivência própria, e fazem de ocasiões exceptuais, um alívio da consciência. Uns vivem numa dita sociedade avançada, e esses recorrem a eufemismos de forma a revestir pecados negros que cometem, sob a desculpa tecnológica dos tempos contemporâneos. Embora, existe algo mais. Algo que dentro da imperfeição constante do nosso planeta, sofre de uma perfeição firme. Voltejam suspiros à volta desta, poemas são redigidos em adoração, soltam-se gritos de desespero em sua busca. A arte contorna-a, o desejo aguça-se, palavras são retidas em punição. A vontade a e sua expressão podem sofrer censura, mas nunca o altar. Esse sim, é primordial. O pódio é assente sobre todos, ainda que cegos pela sua cobiçada sombra. As suas características intrínsecas, todos nós as desconhecemos. Conspirações fazemo-las nós, mas não existem certezas. E isso, isso é mágico! A necessidade de figurar matérias em volumes físicos é completamente ridículo! É a chama superficial e materialista que o ser humano viera a conceber, iminentemente acesa! O sacrifício não provém de inócuos ideais, e não deveremos banalizar o celestial em tentativas forjadas de o sermos também. Falo da busca de o entender, não de o alcançar, porque essa é impossível, absurda, humana. Cânticos guturais reproduzem o termo imaginário muito possivelmente unânime em todos nós, e se for essa a representação mais fiel ao âmago do apresentar ficcionário, então que seja! Porque é essa cândida pele, esses cabelos voluptuosamente deitados, esses lábios escarlates e esse corpo divinal embrulhado em peças de cetim que fazem as nossas delícias, e por esse valor, valem também à semelhança do céu paradisíaco. Todas as frases poéticas caberiam nele, mas ele não caberia em nenhuma delas. Outrora, em abruptos recintos, traçar-se-iam outros trilhos, selváticos. Hoje... não. Mas são autênticos e genuínos como os que, em poeirentos tempos o foram. E porque tentativas, são também tesouros. É tentar, e jamais desistir.
De hoje em diante, tudo o que se fizer de cristalino no mundo, será para mim, dedicado à Fonte da Vida.
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Assunto: Re: Textos próprios Qua Jun 17, 2009 1:10 pm
Tu é que tens um talento gigante, Pedro. Parabéns. Quem me dera ter essa arte das palavras da qual eu própria falo no meu texto. Eu tenho um bocado tendencia para dramatizar nos meus, esse é capaz de ser o mais neutro. Geralmente os meus textos puxam o pé para o pitesco e o desabafo banal. Mas é só para desabafar que eles servem, também. Acho que nunca me a escrever sem estar a desabafar, hei-de experimentar. Talvez saia alguma coisa jeitosa.
: )
méke
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Assunto: Re: Textos próprios Qua Jun 17, 2009 1:56 pm
Ei exagero! Mas obrigado (: Os meus também são dramáticos, pesados demais. Mas não me importo. E do que postaste, não achei de todo, gostei imenso, uma ideia muito bem nutrida. Fico à espera então
Textos (MUITO) mais leves:
Verão -
Cabelos loiros a esvoaçar na contagiante brisa de verão, um sentido material esquecido e uma apraz sensação de liberdade irreconhecível. Tardias sessões onde as emoções são apuradas ao seu íntimo, conversas repetidas em esplanadas convencionais, caminhadas cujas circulam num compasso alegórico, de uma batida refrescante. Minuciosamente belas são as gotas de àgua que rodeiam qualquer momento, apreciador favorável de uma atmosfera intemporal de verão.
Nostalgia. Ele está chegar!
______________________________
Luar -
Na sua hedionda pequenez, o ser humano consegue ser grandioso. Não em grandes feitos, de atribulação sentimental forte. Mas em quotidianos cenários que com a junção dos igredientes correctos, contornam grandes momentos. Verdadeiramente poderosos.
Em surdina, traçam-se planos de rebeldia precoce. Escalam-se muros e atinge-se o topo mais próximo. Deitados num abrupto recinto, o espiríto revitaliza como que um celestial clima se despisse perante nós. Fomos talhados para grandes coisas, indubitavelmente. Caminham-se trilhos perdidos, e lá, nesses terrenos ornamentados de nada, acresce cor e vivacidade. Numa fluência imprescíndivel, o mais despudorado silêncio torna-se magnífico. Único. Arrebatadoras, assistimos a sensações estimulantes. Um remédio para a alma.
Contraste no seu expoente máximo. E isso, isso é belo!
A noite é ainda jovem. Por isso meus amigos, vejo-vos um dia destes.
______________________________
Perfis-
Hoje de tarde, o ego presunçoso era imenso. Num pseudo-súburbio requintado, em relvados externos e rodeados de raquitismo, pusemo-nos a seleccionar perfis para as pessoas que passavam nos carros. Era, de certo presunçoso. Viviam a vida deles, alimentadas de conformismo, mas, até o desejo mais anarquista residente no mais (in)comum dos jovens se torna arranhado quando é realmente confrontado por austeros olhares.
As caracterizações poderiam variar entre o mestre de obras (lembrei-me agora de uma piada que o meu pai contava que meu deus...), da mulher na crise-da-meia-idade, recém casada com uma família estruturada cujo elitismo em conversa ornamentava uma escassa reflexão artística, a boa rapariga estudade de medicina ou psicologia ou até o tunning-machine que mostrara as suas habilidades automóveis ao pai, que outrora, em diferentes (e tão ou mais tristes!) contextos, o fora também assim - um simbólico representante da escória da humanidade.
Ora muito tarde.
______________________________
Em casa -
De volta a já mencionadas actividades nocturnas (embora em contexto subjectivo, como o que se vai seguir *riso maléfico*) e juntando ainda outras de equivalente ou superior potencial, sim, a data 23/05/09 ficará para a nossa minuciosa história de vida. Parecendo supérfluo, não o é, de todo. Porque se assim o fosse, não seria. E porquê? Dado a aparentes e ilucidativos programas que do nada concebem a emoção sentida, a concebem entre nós.
Rodopiamos estradas bem conhecidas, mas nunca observadas. Fomos em seguimento destas, em restos de despensa em punho e orgulho no que traçariamos. Os cenários recordavam películas já integrantes municipais do que somos já, e isso, isso fora mágico. Voltaremos lá um dia, aliás todos os dias. Porque todos os dias nos sentimos em casa. Sentimos?
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Calor Absorvente -
Ontem, numa noite que transpirava em todos os seus recantos a brisa estarrecedora de Verão, escalamos o céu. Erguemos ritmo em todas as passadas, rebaixamo-nos a um mistério de fachada, e por aí seguimos. Balbuciaram-se antigas histórias, repetimos rituais do outrora lá longe, deitamo-nos sobre o confronto do passado e presente. Meros sustos soprariam, e nós corremos, corremos. Em meados de fome e de preços de espantar, estendemos um arraial, rebolamos relvados casuais, fizemos disso um caso aspirante a revolução. Devoramos cada segundo deste.
Filmamos tudo, como se coubesse numa câmara de um n80.
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Garantias -
... ajudam-nos a viver ao sabor do que já certificado. E isso é tão bom, bom, bom. Ter a consciência de que há algo latejante num cenário distante, que sabe o que somos, o que fazemos. Não são necessários esforços; e uns falam de sedentarismo emocional quando me refiro mentalmente (era demais gritá-lo ao vil mundo em que vivo, alimento) às garantias. Fala-se de libertinagem, anarquia, mas todos as queremos, nem todos as temos, ou julgámos que temos, até quando somos atraiçoados pelo sibiliar olhar da rebeldia de fachada. Oh é tão decadente, degradante quando as garantias se desvanescem em opacos ambientes.
-Devaneios de quem vive onde eu vivo, de quem conhece quem eu agora desconheço.
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Ensaio sobre Ricky Hart. pt1 -
Era, indúbitavelmente, uma figura ardente. Ainda de chama em oscilação, permanecera sempre acesa desde a sua descoberta. Mas este tinha a plena consciência de que não se atingira como o potencial que carregava prometia, aquando do seu iminente conhecimento das fasquias mais baixas e das óbvias acima, que entendia como negadas.
Bem ele não se deu em burocracias. Valores categóricos aspiravam a normas sem base que as justificassem e as regulassem para si, ele não as acreditava. É certo que criticava elementos comunitários, mas acima de tudo gostava de acreditar que admirava-a. Entendia a razão de ser por debaixo de qualquer ínfima réstea abandonada. Era espiritual quando o devia, e entendia a rebelião que causara, gabava-a, impunha-a.
Suponho que o Mundo era demasiado pequeno para ele, sim, e logo ele que desde precoce estaria talhado a grandes coisas.
- "Vem do Além, e esse Além eu sei não é do céu". - 31-05-09
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Convidado
Assunto: Re: Textos próprios Qui Jun 18, 2009 2:21 pm